Quem é que gosta muito da aviação e nunca tirou um, dois, três ou sete dias na semana pra ir ao aeroporto quando criança? Quem nunca ficou implorando para algum familiar o levar até lá, para que você pudesse ver de perto um avião, acompanhar seus pousos e decolagens? Quem nunca?!
Quando eu era mais novo, ali pelos 7, 8 anos de idade, tentava sempre tirava ao menos um dia da semana para pedir minha mãe que me levasse ao Aeroporto Santa Genoveva, aqui em Goiânia. Quase sempre eu recebia um não, pois eram longos 21 quilômetros que ligavam minha casa até lá, mas mesmo assim eu não desistia. Quando eu ouvia um sim minha felicidade ia lá no FL600 numa razão de subida de 60.000 pés por minuto.
Na época, ainda não sabia o que aquilo representava pra mim, mas era tão bom quando eu chegava ao aeroporto e ia logo correndo para aquela área que tem as janelinhas para que pudêssemos ver as aeronaves estacionadas e também a pista. Ficava lá 4, 5 horas em pé, parado, acompanhando toda a movimentação ali naquela área. Era incrível... aquelas máquinas enormes que voavam, capazes de fazerem barulhos ensurdecedores.
Aeronaves da TAM com aquela fuselagem branca e os motores e calda vermelhos, os Boeings da Gol, BRA, Vasp eVarig, e outras muitas máquinas que ali passavam diariamente e que, quando eu as viam, tinha cada vez mais a certeza de que eu queria estar ali dentro, pilotando.
O tempo passou, mas a vontade de estar em um aeroporto não. O bom disso tudo é que hoje está bem mais acessível para que eu possa ir lá quando eu quiser, e excluindo quando vou lá para voar as minhas horas de PP, sempre que tenho oportunidade ali estou, na mesma janelinha de vidro, vendo as aeronaves no mesmo pátio e eu, com o mesmo sonho!
Laerte Vasques
